sábado, 14 de março de 2015

Arquitetura Barroca

Bom pessoal. Cá estou pra dar continuidade a sequência de posts sobre os períodos da Arquitetura. Hoje falaremos da Arquitetura Barroca. Boa leitura! :)

INTRODUÇÃO

A arquitetura barroca foi um estilo arquitetônico ligado à contrarreforma, movimento reacionário da igreja católica perante a reforma protestante de Martinho Lutero.

Lutero traduziu a bíblia do latim para o alemão, dando aos fiéis a oportunidade de ler e interpretar de uma outra maneira as palavras da Bíblia Sagrada. Com isso, o Concílio de Trento emitiu inúmeros decretos disciplinar em oposição aos protestantes. Definiu, ainda, de forma explícita, que a arte deveria estar a serviço dos ritos da Igreja, através de imagens que serviriam como elementos mediadores entre a humanidade e Deus.

Surgem assim as Igrejas barrocas com muita ornamentação e aparência teatral, características marcantes que as diferenciam das igrejas renascentistas, as quais possuíam linhas claras e ordenadas.

O apogeu do barroco foi do século XVII ao século XVIII e, nos últimos cem anos desse período, o estilo viveu sua época mais decorativa e preciosista, conhecida como rococó. O movimento ocorreu em vários países católicos da Europa como Itália, Áustria, Espanha e Portugal. Países protestantes como a Inglaterra não apresentam a arquitetura barroca.

CARACTERÍSTICAS DA ARQUITETURA

A arquitetura barroca é caracterizada pela complexidade na construção do espaço e pela busca de efeitos impactantes e teatrais. Na planta baixa, havia uma preferência por plantas axiais ou centralizadas, supressão do transepto e encurtamento da nave. Usava-se o contraste entre cheios e vazios, formas convexas e côncavas. Exploravam-se os efeitos dramáticos de luz e sombra e a integração entre a arquitetura e a pintura, escultura e as artes decorativas em geral.

Outro ponto importante da arquitetura barroca foi a urbanização que ela trouxe às cidades. Organizou espaços de forma a facilitar a circulação, endireitando as ruas, ampliando e embelezando praças, largos e parques com fontes e monumentos altamente decorados para chamar a atenção dos fiéis e através de ruas largas e ornamentadas, guiá-los pelo caminho que os leva até a Igreja.

Entre os arquitetos que se destacaram na arquitetura barroca temos: Giacomo Vignola, François Mansart, Johan Balthasar Neumann, Carlo Maderno, Francesco Borromini, Carlo Rainaldi, Guarino Guarini, Bernardo Vitone, Francesco Bartolomeo Rastrelli, Filippo Juvarra, Louis Le Vau e James Gibbs. No Brasil temos Daniel de São Francisco, Aleijadinho, Mestre Athaíde e Francisco de Lima Cerqueira.

ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS

Preferência pelas curvas, contra curvas e diagonais.
Plantas baixas elípticas com fachadas assimétricas e em cruz grega com esticamento da nave central.



Visão em profundidade.



Técnica de pintura “trompe l´oeil”, ou seja, enganar os olhos.



Massa escultórica, onde predominavam os cheios aos vazios.



Contraste claro-escuro



Frontão segmentado e volutas no exterior e no interior das Igrejas.



Olho de boi ou óculos.



Ordem gigantesca e verticalidade.



Ornamentação excessiva.



Portais extremamente decorados.



Urbanização. Ruas largas. Praças e largos decorados, geralmente dispostos em frente à Igreja com o intuito de reunir fiéis. Obeliscos, chafariz.



ANÁLISE DA IGREJA SÃO CARLOS (KARLSKIRCHE)

São Carlos é uma igreja barroca que fica localizada na cidade de Viena, na Áustria e foi dedicada ao São Carlos Borromeo. Viena sofreu bastante com a peste negra e São Carlos Borromeo foi considerado o santo curador da peste. O imperador Carlos VI fez uma promessa onde construiria uma igreja em homenagem ao santo caso a peste negra fosse afastada da cidade. E assim iniciou-se o projeto da Igreja de São Carlos. Projetada pelo arquiteto austríaco Johann Bernhard Fischer von Erlach em 1713, as obras iniciaram em 1716 e finalizaram em 1737.



As duas colunas em alto relevo na fachada representam o Antigo e o Novo Testamento. Os detalhes do frontão representam a peste que afetou a cidade. O olho de boi na cúpula.

No interior da Igreja temos a cúpula com pintura “trompe l´oeil” e podemos observar o contraste claro escuro. Além de muitos detalhes ornamentos deixando a igreja mais bela. Cada escultura, pintura ou ornamento tem algo simbólico ou conta uma história. A intenção é deixar o fiel mais próximo de Deus.





Na frente da Igreja São Carlos tem um largo com um espelho d´água. Típica urbanização da arquitetura barroca.



A planta baixa da Igreja é em formato axial e com a nave centralizada, de forma que todos que estão na igreja tem visão do altar.



O próximo post é sobre Arquitetura Neoclássica. Até lá!

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Arquitetura Renascentista


Dando continuidade a sequência de resumos sobre os diferentes períodos da arquitetura: do românico ao modernismo, hoje iremos falar sobre o Renascimento.

INTRODUÇÃO

Devido a Peste Negra e a Guerra dos 100 anos, crises sociais surgiram na Europa. Insatisfação com a Igreja, com o Estado e as hierarquias. Nascia, então, o movimento Renascentista, que inovou nos campos cultural e científico. A Itália se destaca e torna-se o centro de artes e cultura. Sua arquitetura é inspirada na antiga arquitetura Romana e procura aliar a visão de mudo cristã com este universo considerado pagão pela igreja.

O arco ogival dá lugar aos arcos de volta-perfeita, capitéis retornam as ordens Greco-romanas, abóbadas de arestas dão lugar às abóbadas de berço e há o revivamento dos frontões nas fachadas. Inspirados na antiguidade Greco-romana, fazem busca da beleza mais perfeita através da disposição ordenada dos elementos de um prédio, das formas simples e da busca da pureza nas linhas.

O Renascimento foi dividido em Quatrocentismo e Quinhentismo, referentes ao período do século XV e XVI, respectivamente. O Quinhentismo, por sua vez, engloba o Palladianismo e o Maneirismo.

A Catedral de Santa Maria Del Fiore, em Florença, na Itália, projetado por Brunelleschi, é considerada a obra que marca o início do Renascimento. Filipo e Brunelleschi, Leon Battista Alberti, Donnato Bramante, Leonardo Da Vinci, Andrea Palladio e Miguel Ângelo são os nomes mais importantes dessa fase.


ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS

Colunas gigantescas e frontão triangular com formas simples – cubos, quadrados, círculos. Uso de cornijas venezianas e molduras. Pureza nas linhas e cúpulas perfeitas. O maneirismo inovou com os frontões quebrados.


Abóbadas de berço e arco de volta redonda.

Horizontalismo e ordens sobrepostas (dórica, jônica e coríntia). Geralmente sobre um pódio. Tem, também, a rustificação, a arte de trabalhar na alvenaria de forma a dar ao edifício uma espécie de irregularidade. Podemos ver pela alvenaria do pódio da Casa de Rafael.



Uso do Arco do Triunfo, cuja inspiração foi o Arco de Constantino de 315 d.C.


Plantas centralizadas eram mais usadas em pequenas igrejas, enquanto as longitudinais eram mais usadas em basílicas. As plantas centralizadas são geralmente coroadas com cúpulas.

Principais elementos da arquitetura renascentista.


ANÁLISE DA OBRA TEMPIETTO DE SAN PIETRO

Tempietto de San Pietro é localizada em Montório, Roma – Itália e foi projetado por Donato Bramante no ano de 1502.

Marco da arquitetura do Alto Renascimento, é um templo renascentista italiano, circular abobadado, elevada por 3 degraus e um pódio e circundado por 16 colunas dóricas.

A arquitetura do entorno do templo é caracterizada por arcos de volta perfeita. Sua forma é circular, de acordo com o princípio das formas geométricas.

As colunas são de ordem dórica com capitéis. Há uma escada de 3 degraus e um pódio elevando o templo. Há uma cúpula central de volta perfeita com lanterna. Observamos a cornija veneziana com friso abaixo da cúpula. Balaústre na varanda. Na entrada, acima da porta, temos o frontão triangular quebrado, típico do maneirismo. Na parede interna, ao lado da porta de entrada tem a meia coluna.




No interior do templo é possível ver várias obras de arte do período renascentista.


O prédio foi projetado usando as formas geométricas simples e a proporcionalidade. A altura do Templo até a base da cúpula é a mesma da largura (fig. 1). A cúpula tem um raio igual a sua altura (fig. 1). O diâmetro da circunferência externa das colunas representa duas vezes a altura do edifício (fig. 2).



A organização por formas geométricas dá-se da seguinte forma: dois retângulos e uma semiesfera na fachada e 3 círculos na planta baixa.



BIBLIOGRAFIA

ACADEMIA.EDU. Análise de Tempietto de San Pietro. Disponível em: http://www.academia.edu/7663957/AN%C3%81LISE_TEMPIETTO_pdf. Acesso em 05/11/2014.

HISTÓRIA DAS ARTES. Tempietto de San Pietro in Montorio. Publicado em 08/10/2010. Disponível em: http://historiaearte2.blogspot.com.br/2010/10/um-pouco-de-arquitetura.html. Acesso em 05/11/2014.

INFO ESCOLA. Arquitetura Renascentista. Disponível em: http://www.infoescola.com/artes/arquitetura-renascentista/. Acesso em 05/11/2014.

WIKIPEDIA. Arquitetura do Renascimento. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_do_Renascimento. Acesso em 05/11/2014.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Arquitetura Gótica

Seguindo a sequencia do último post, iremos falar agora sobre a Arquitetura Gótica. 

O texto apresentado aqui é um resumo (bem sintético) do que fiz na disciplina de História da Arquitetura 2. A intenção do professor foi que, nós alunos, fixássemos mais sobre o conteúdo. Então, a cada vez que estudávamos um período diferente (do românico ao modernismo), tínhamos que fazer: um resumo, a análise de uma obra e um desenho em A3 sobre qualquer edificação referente àquele período.

Vou compartilhar com vocês e quem sabe ajudar alunos que ainda irão pagar essa disciplina. Além do que, como arquitetos, devemos sempre ter em mente as características de cada período da arquitetura. Afinal, acredito ser dever de todo arquiteto saber identificar o tipo de arquitetura de uma edificação sem consultar o Google ;)

INTRODUÇÃO

A arquitetura gótica surgiu no norte da França, em volta de Paris – Île de France, em Champagne, no século XII e expandiu-se pela Europa Ocidental. Permaneceu até o século XIV, época em que surge o Renascimento. A Basílica de Saint-Denis, na França, marca a transição do estilo românico para o gótico.

O estilo gótico teve três períodos: o primitivo, o clássico e o flamejante. Ocorreram em diferentes épocas. O clássico foi uma evolução do primitivo e o flamejante uma evolução do clássico. O estilo gótico primitivo iniciou caracterizando-se pela verticalidade em busca dos céus, maior iluminação, linhas mais puras sem muitas esculturas e pinturas e austeridade. Enquanto que o flamejante seguiu permanecendo na verticalidade, maior iluminação, mas já perdendo as linhas mais puras e caracterizando-se pelo exagerado com a decoração muito rica em detalhes e ornamentada.


CARACTERÍSTICAS

O gótico traz mais espaço e mais luz às edificações. O arco ogival permitia que as colunas fossem mais altas e mais esbeltas sem colocar em risco a estabilidade da estrutura. Os arcos botantes, os contrafortes e os pináculos também exerciam importante papel quanto à estrutura. O contraforte veio do estilo românico, mas o arco botante é proveniente da arquitetura gótica.


Três elementos de destaque do gótico são: arco orgival, pedra e abóbada nervurada. Os arcos ogivais permitiam que a edificação fosse mais alta, permitindo assim mais entrada de luz zenital. No entanto, ainda assim era insuficiente para iluminar o interior que era todo feito de pedra. Portanto foram introduzidos vitrais para dar maior luminosidade à edificação. Percebemos então que as paredes não são mais espessas e o que ajuda a sustentar a estrutura são os arcos botantes e os contrafortes situados no exterior da edificação. As nervuras da abóbada proporcionam mais solidez à cobertura do telhado, que já não precisa mais ser sustentado pelas paredes.

ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS

As paredes espessas do românico deram lugar aos vitrais.
Introdução de estátuas de gárgulas nos arcos botantes. O escoamento da água era feito pela boca das gárgulas. Uso de rendilhados e pináculos delgados.

A fachada passou a ter o formato quadrado e ser dividida em 3 faixas horizontais e 3 verticais, com rosácea rendilhada e duas torres, sendo uma em cada lateral para impor a verticalidade da edificação. Portal triplo com rosácea e rosetas, alto relevo e arquivoltas. Possui proporções harmônicas.

Abóbadas de cruzaria de 4 e 6 arestas, além de outros formatos que foram encontrados ao longo do período gótico.

Uso de capitéis muito ornamentados, de bulbo e pratos, em forma de cálices e com uso de folhagens. Contrafortes e arco botantes largos e robustos no primitivo e mais delgados no clássico e flamejante. Foi introduzido no layout o transepto com 3 naves, dando mais espaço às catedrais.


ANÁLISE DA CATEDRAL CHARTRES

A Catedral Chartres teve sua construção iniciada em 1145 e inauguração em 1220, na cidade de Chartres na França. Pertence ao estilo gótico clássico.

A fachada reflete bem a verticalidade da catedral com as duas torres nas laterais. Possui as 3 faixas horizontais bem definidas e as 3 faixas verticais. Possui uma rosácea um pouco mais elaborada. Os 3 portais são em alto relevo e com nítida profundidade. Os arcos são ogivais. A proporção do prédio é harmônica. Esta fachada representada na foto abaixo é do lado oeste da igreja, onde fica entrada para a nave central.


A entrada da fachada sul é também representada por 3 portais com rosácea. Esta entrada é para o transepto com 3 naves.

A nave central possui abóbadas de cruzaria com 4 arestas. Podemos notar que o arco ogival permite que a edificação seja mais alta, atingindo assim a verticalidade almejada.


Os arco botantes e os contrafortes sustentam a estrutura da catedral. As paredes são revestidas de vitrais.


Os vitrais são bem coloridos e ornamentados. Os labirintos também são característicos das catedrais góticas.


No gótico clássico já é possível ver esculturas e ornamentos na estrutura da catedral.

BIBLIOGRAFIA

MASSARA, Bruno (2002). A Arquitetura Gótica. Artigo Online. Disponível em: http://www.territorios.org/teoria/H_C_gotica.html. Acesso em: 28/10/2014.

RITUAL OF THE CATHEDRAL PORTAL. A Light-Matrix in Stone. Disponível em: http://www.bibliotecapleyades.net/cienciareal/cienciareal_ritualcathedral.htm. Acesso em 29/10/2014.

SITE SPECTRUM. Arquitetura Gótica. Disponível em: http://www.spectrumgothic.com.br/gothic/gotico_historico/arquitetura_gotica.htm. Acesso em 28/10/2014.

WIKIPEDIA. Arquitetura Gótica. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_g%C3%B3tica. Acesso em 28/10/2014.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Arquitetura Românica

Nos próximos seis posts irei falar em sequência sobre as arquiteturas: românica, gótica, renascentista, barroca, neoclássica e moderna.

O post que irei escrever é na verdade a transcrição dos trabalhos que fiz na disciplina de História da Arquitetura 2. Fizemos um breve resumo sobre as principais características de cada período e quando fui pesquisar na internet tive certa dificuldade em achar resumos curtos e objetivos. Portanto, compartilho com vocês o resumo que fiz.

Hoje iniciaremos falando sobre a arquitetura românica.

INTRODUÇÃO

A Arquitetura Românica ocorreu no fim do Império Romano, nos séculos 11 e 12 na Europa Medieval. O termo Românico refere-se a “próximo à Romano” ou “parecido ao Romano”. Sendo assim podemos concluir que esse estilo sofreu influência direta da arquitetura romana.

A igreja românica era monumental e representava a fortaleza de Deus. Possuía uma arquitetura pesada com paredes grossas e muita pedra em sua estrutura. Uma curiosidade é que o estilo românico aproveitou-se das ruínas dos templos e prédios do antigo Império Romano para extrair a matéria prima para construção dos novos templos.

Na época em que surgiu o estilo românico havia grandes cruzadas que levavam os homens do continente europeu a terem contato com a arquitetura do oriente, em especial Bizâncio, e sendo, portanto, influenciados pela arquitetura atarracada e robusta dos bizantinos.

CARACTERÍSTICAS


A arquitetura românica é robusta, com paredes grossas, o que resultava em aberturas mínimas para vãos e janelas e um interior mais escuro. A vantagem é que protegia e edificação contra incêndio e invasores.

A fachada era simples e severa, possuía uma altura modesta devido ao peso da estrutura e predominavam as linhas horizontais e formas geométricas.

A arquitetura era formada por elementos como arcos de volta inteira, abóbadas de berço e de arestas e piers sustentando as abóbadas.

Abóbada de berço é um semicírculo simples que era ampliado pelas paredes. As desvantagens são a pouca luminosidade que proporciona por causa das janelas pequenas e o excesso de peso no teto.

A abóbada de arestas é uma evolução da abóbada de berço e consiste numa interseção em ângulo reto de duas abóbadas de berço apoiadas sobre pilares, resolvendo assim os problemas que ocorriam na abóbada de berço.



LAYOUT

          O layout da arquitetura românica é composto de cruz latina com nave central, naves laterais, coro e transepto. No entanto, o layout da igreja como um todo é obscuro, complexo e assimétrico. Esta é uma característica das plantas baixas do estilo românico.




ANÁLISE DA IGREJA DE SAN MARTIN DE TOURS

Localizada no caminho de Santiago, na Província de Palencia, Comunidade de Castilla y Léon, Espanha, foi erguida na segunda metade do século XI por ordem de D.Mayor de Castilla, viúva do rei Sancho III de Navarra.

A fachada é horizontal e simétrica. Possui duas torres cilíndricas que se elevam a ambos os lados da fachada principal. Possui poucas janelas. Pela porta de entrada é possível ver a espessura da parede. Feita com pedra e bem robusta, valoriza as formas geométricas e a horizontalidade.


A vista lateral de fundo da igreja mostra sua estrutura robusta, a presença de poucas janelas e as formas geométricas circulares, típica da arquitetura românica.


No detalhe da janela podemos observar a espessura da parede e o arco de meia volta apoiado sobre os capitéis e colunas.



Na vista do teto é possível ver a cúpula de pedra sustentada pelos arcos cuja função é receber o peso da cobertura e transmiti-la aos pilares da estrutura. É notável também a presença de poucas janelas e a estrutura robusta.



Na foto do nave central podemos ver nitidamente as abóbadas de berço sobre os capitéis e as colunas.


As fotos da Igreja de San Martin de Tours foram extraídas do blog "Um Brasileiro na Espanha". Um blog muito bom de um brasileiro que apresenta a história, a arte, a arquitetura e a cultura da Espanha. Além de tirar fotos incríveis, o autor explica bem sobre a arquitetura das edificações. Vale a pena conferir!

https://umbrasileironaespanha.wordpress.com/2012/11/20/igreja-de-san-martin-de-tours-fromista/

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Boas ideias no TEDx Amsterdam: Porque precisa a luz de escuridão?

Você já ouviu falar em TED?




TED é uma organização sem fins lucrativos, que significa Technology, Entertainment and Design (Tecnologia, Entretenimento e Design), e tem como slogan "Ideas worth spreading" (Ideias que merecem ser espalhadas). Foi fundada nos Estados Unidos em 1984 e a primeira conferência ocorreu em 1990. As conferências, bem famosas no mundo inteiro, consistem na exposição de boas ideias sobre diversas áreas do conhecimento.

Cada apresentador tem até 18 minutos para expor sua ideia e os vídeos gerados nesse congresso são bastantes divulgados no mundo inteiro. Entre os palestrantes das conferências estão Bill Clinton, Al Gore, Gordon Brown, Richard Dawkins, Bill Gates, Billy Graham (fundador do Google) e diversos ganhadores do Prêmio Nobel.

No espírito de que boas ideias merecem ser espalhadas, em 2009, o TED criou o TEDx, que é um programa de eventos locais e organizados de forma independente, com o objetivo de reunir pessoas para dividir uma experiência ao estilo TED e assim conseguir atingir um público maior.

Mas e o que isso tem a ver com arquitetura? Boas ideias sobre a nossa área também aparecem pelas conferências do TED. Hoje vou indicar um vídeo MUITO BOM que meu professor da pós graduação passou em sala de aula. 

A palestra é do arquiteto Rogier van der Heide, Diretor de Design da Philips Lighting, e tem como título "Why light need darkness" (Porque precisa a luz de escuridão). Ele inicia a palestra com a seguinte frase de Le Corbusier "Luz cria ambiente, a luz dá a sensação de um espaço e a luz também é a expressão de estrutura" 

Assistindo o vídeo podemos entender mais sobre o efeito luz e escuridão. Além disso, ele fala também sobre a lâmpada LED, última tecnologia em lâmpada no mercado. 



OBSERVAÇÃO: O vídeo acima não está completo. Não achei no YouTube o completo com legendas em português. Mas quem tiver interesse em ver o vídeo até o final, é só acessar o site do TED através do link https://www.ted.com/talks/rogier_van_der_heide_why_light_needs_darkness?language=pt.

E para conhecer mais sobre o trabalho de iluminação do arquiteto Rogier van der Heide, segue link de seu site pessoal http://www.rogiervanderheide.com/.

Boa inspiração pessoal!!

domingo, 25 de janeiro de 2015

Conhecendo os tipos de lâmpadas residenciais


Hoje vamos falar sobre os tipos de lâmpadas usadas em residências e a diferença entre elas. É importante conhecer cada uma, saber suas vantagens e para que servem, a fim de indicar ao seu cliente o melhor produto para o seu projeto.

Partindo dos primórdios, a lâmpada foi criada por Thomas Edison em 1878 e a partir de então a indústria foi se desenvolvendo e surgiram novos tipos de lâmpadas. Hoje, iremos falar das lâmpadas mais comuns em uso residencial: incandescentes, halógenas, fluorescentes e LED.

Mas, antes de falar especificamente de cada tipo de lâmpada, vamos falar sobre alguns parâmetros: eficiência luminosa, tempo de vida da lâmpada, índice de reprodução de cor e temperatura de cor. Conhecendo bem esses parâmetros, podemos comparar melhor os diferentes tipos de lâmpadas.

Eficiência Luminosa (lm/W):

É o custo benefício da lâmpada. Quanto ilumina por consumo de energia. Para saber a eficiência de uma lâmpada devemos ter como informação dois dados: fluxo luminoso e potência.
Lúmens é a unidade de medida do fluxo luminoso. Para saber qual lâmpada ilumina mais, não devemos nos basear pela potência e sim pelo fluxo luminoso (lm) indicado na embalagem do produto.
A potência é dada em Watts (W) e indica o consumo de energia da lâmpada (W/h).
Portanto, se dividirmos o fluxo luminoso pela potência, temos a eficiência luminosa da lâmpada, representada em lm/W.

Tempo de vida (h):

Tempo de vida é a duração em horas da lâmpada. 

Índice de Reprodução de Cor (IRC):

A reprodução de cores de uma lâmpada é indicada pelo IRC, quanto mais próximo este índice for ao IRC 100, mais fielmente as cores serão vistas. Isto ocorre porque o que enxergamos é o reflexo da luz que ilumina os objetos, já que no escuro não vemos cores.
O IRC tem como parâmetro a luz do sol, que é a iluminação que reproduz fielmente as cores reais.
Índices de 75 a 100 são considerados bons, abaixo disso compromete muito a reprodução das cores. 

Temperatura de cor (K):

A temperatura de cor expressa a aparência de cor emitida pela fonte de luz. A unidade de medida é em Kelvins (K) e a escala varia conforme apresentado no gráfico abaixo. Ao comprar uma lâmpada, podemos ler na embalagem: branco quente (luz suave) ou branco frio (luz clara). Branco quente quer dizer lâmpadas de cor amareladas e branco frio quer dizer lâmpadas de cor azuladas. Cada ambiente pede uma cor de lâmpada apropriada.

Luz suave (amarela): indicada para ambientes que necessitam de uma iluminação aconchegante, confortável e tranquila, como salas, quartos, corredores e sala de estar.

Luz clara (branca): indicada para ambientes que necessitam de uma iluminação estimulante, eficiente e vibrante,como cozinhas, banheiros, áreas de serviço e escritórios.










 OBS. Na embalagem da lâmpada podemos ler todos os parâmetros apresentados acima.


Agora que conhecemos os parâmetros para analisar uma lâmpada, vamos falar sobre cada tipo.

As incandescentes são as mais antigas, com menor eficiência luminosa, menor tempo de vida e melhor reprodução de cor. Seu uso é muito comum em residências. A temperatura de cor é branco quente (amarelada), a cor mais indicada para ambientes de descanso, como salas de estar, jantar, quartos, etc.

Seu futuro no Brasil está com os dias contados, já que a fabricação e a importação das lâmpadas de 100 W e 150 W foram proibidas em 2013, as de 60 W foram proibidas em 2014 e as de 25 W e 40 W serão em 2015.

Essa decisão já ocorreu em outros países mais desenvolvidos, como a Austrália, os países da Europa, os EUA e até a Argentina. A lâmpada incandescente não é sustentável: gasta mais energia, ilumina menos (apenas 5% do que produz é transformado em luz, os demais 95% são transformados em calor) e tem vida útil menor que as demais lâmpadas. 

Eficiência luminosa: 12 a 15 lm/W
Tempo de vida: 750 a 1.000 horas
IRC: 100% 
Temperatura de cor: 2.700 K



As halógenas são lâmpadas incandescentes que possuem elementos halógenos, como o iodo ou bromo dentro do bulbo. No entanto, possuem maior eficiência luminosa que as incandescentes comuns. São muito utilizadas em projetos de iluminação por permitir o uso de ângulo de abertura. Seu ponto negativo é a grande emissão de calor e atualmente vem sendo substituída pela lâmpada LED.

Eficiência luminosa: 17 a 30 lm/W
Tempo de vida: de 2.000 a 5.000 horas 
IRC: 100% 
Temperatura de cor: 2.700 a 3.200 K
Ângulos de abertura: 8°, 10°, 30° e 40°



As fluorescentes são compostas por um vidro coberto por um material à base de fósforo e dentro dela há gases inertes à baixa pressão que se ionizam quando é aplicada uma corrente elétrica, gerando luz. Possui alta eficiência, boa aparência de cor (não tanto quanto as incandescentes e halógenas) e baixo consumo de energia.

São ecologicamente corretas por reduzir a exploração dos recursos naturais e consomem menos energia. Contudo, possui um ponto negativo. Contém mercúrio em seu interior, substância perigosa a nossa saúde, e o seu descarte final nem sempre é feito de maneira adequada. Portanto, ao descartar as lâmpadas fluorescentes da sua casa, procure uma destinação adequada. Geralmente supermercados e postos de saúde possuem pontos de coleta. Informe-se na sua cidade. 

Temos dois tipos mais comuns de fluorescentes: a compacta e a tubular.

Fluorescente compacta
Eficiência luminosa: 40 a 70 lm/W
Tempo de vida: 6.000 a 12.000 horas
IRC: 85%
Temperatura de cor: 2.700 a 6.000 K








Fluorescente tubular
Eficiência luminosa: 70 a 115 lm/W
Tempo de vida: 7.500 a 15.000 horas
IRC: 70 a 95%
Temperatura de cor: 2.700 a 6.000 K







As LEDs (Lighting Emitted Diodes) são as lâmpadas mais modernas. Convertem energia elétrica em energia luminosa, através de pequenos chips. É um produto ecologicamente correto, pois seu consumo de energia é muito baixo e apresenta uma vida extremamente longa (20 a 45 mil horas em oposição a 6 a 15 mil horas da fluorescente). Tem sido uma boa opção para substituir as fluorescentes. O ponto negativo ainda é o seu alto custo no mercado. 

Eficiência luminosa: 80 a 140 lm/W 
Tempo de vida: 10.000 a 100.000 horas 
IRC: 60 a 100%
Temperatura de cor: 2.500 a 6.000 K









Por fim...

As lâmpadas fluorescentes e LEDs podem ser encontradas em ambas as cores (branco frio e branco quente). Para conhecer mais sobre os tipos de lâmpadas disponíveis no mercado, recomendo baixar o Guia de Bolso da Philips, disponível no site http://www.lighting.philips.com.br/pwc_li/br_pt/connect/Assets/pdf/GuiaBolso_Sistema_09_final.pdf. Neste Guia de Bolso é possível ler detalhadamente cada parâmetro apresentado neste post.

Iluminação é um ramo muito amplo da Arquitetura. Tem mestrados e doutorados específicos nessa área. Estou cursando MBA em Edificação Eficiente e Construção Sustentável no IPOG e já tive dois módulos específicos sobre este assunto. Tive a honra de poder aprender com dois professores doutores: Dr. Isaac Roizeinblatt e Dr. Daniel Feldman. Portanto, ainda tenho muito conteúdo para compartilhar com vocês nos próximos posts (oba!).

Espero ter ajudado a clarear um pouco sobre este tema que faz parte da nossa rotina. Um beijo and keep going. Work hard and you will succeed!