domingo, 15 de fevereiro de 2015

Arquitetura Gótica

Seguindo a sequencia do último post, iremos falar agora sobre a Arquitetura Gótica. 

O texto apresentado aqui é um resumo (bem sintético) do que fiz na disciplina de História da Arquitetura 2. A intenção do professor foi que, nós alunos, fixássemos mais sobre o conteúdo. Então, a cada vez que estudávamos um período diferente (do românico ao modernismo), tínhamos que fazer: um resumo, a análise de uma obra e um desenho em A3 sobre qualquer edificação referente àquele período.

Vou compartilhar com vocês e quem sabe ajudar alunos que ainda irão pagar essa disciplina. Além do que, como arquitetos, devemos sempre ter em mente as características de cada período da arquitetura. Afinal, acredito ser dever de todo arquiteto saber identificar o tipo de arquitetura de uma edificação sem consultar o Google ;)

INTRODUÇÃO

A arquitetura gótica surgiu no norte da França, em volta de Paris – Île de France, em Champagne, no século XII e expandiu-se pela Europa Ocidental. Permaneceu até o século XIV, época em que surge o Renascimento. A Basílica de Saint-Denis, na França, marca a transição do estilo românico para o gótico.

O estilo gótico teve três períodos: o primitivo, o clássico e o flamejante. Ocorreram em diferentes épocas. O clássico foi uma evolução do primitivo e o flamejante uma evolução do clássico. O estilo gótico primitivo iniciou caracterizando-se pela verticalidade em busca dos céus, maior iluminação, linhas mais puras sem muitas esculturas e pinturas e austeridade. Enquanto que o flamejante seguiu permanecendo na verticalidade, maior iluminação, mas já perdendo as linhas mais puras e caracterizando-se pelo exagerado com a decoração muito rica em detalhes e ornamentada.


CARACTERÍSTICAS

O gótico traz mais espaço e mais luz às edificações. O arco ogival permitia que as colunas fossem mais altas e mais esbeltas sem colocar em risco a estabilidade da estrutura. Os arcos botantes, os contrafortes e os pináculos também exerciam importante papel quanto à estrutura. O contraforte veio do estilo românico, mas o arco botante é proveniente da arquitetura gótica.


Três elementos de destaque do gótico são: arco orgival, pedra e abóbada nervurada. Os arcos ogivais permitiam que a edificação fosse mais alta, permitindo assim mais entrada de luz zenital. No entanto, ainda assim era insuficiente para iluminar o interior que era todo feito de pedra. Portanto foram introduzidos vitrais para dar maior luminosidade à edificação. Percebemos então que as paredes não são mais espessas e o que ajuda a sustentar a estrutura são os arcos botantes e os contrafortes situados no exterior da edificação. As nervuras da abóbada proporcionam mais solidez à cobertura do telhado, que já não precisa mais ser sustentado pelas paredes.

ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS

As paredes espessas do românico deram lugar aos vitrais.
Introdução de estátuas de gárgulas nos arcos botantes. O escoamento da água era feito pela boca das gárgulas. Uso de rendilhados e pináculos delgados.

A fachada passou a ter o formato quadrado e ser dividida em 3 faixas horizontais e 3 verticais, com rosácea rendilhada e duas torres, sendo uma em cada lateral para impor a verticalidade da edificação. Portal triplo com rosácea e rosetas, alto relevo e arquivoltas. Possui proporções harmônicas.

Abóbadas de cruzaria de 4 e 6 arestas, além de outros formatos que foram encontrados ao longo do período gótico.

Uso de capitéis muito ornamentados, de bulbo e pratos, em forma de cálices e com uso de folhagens. Contrafortes e arco botantes largos e robustos no primitivo e mais delgados no clássico e flamejante. Foi introduzido no layout o transepto com 3 naves, dando mais espaço às catedrais.


ANÁLISE DA CATEDRAL CHARTRES

A Catedral Chartres teve sua construção iniciada em 1145 e inauguração em 1220, na cidade de Chartres na França. Pertence ao estilo gótico clássico.

A fachada reflete bem a verticalidade da catedral com as duas torres nas laterais. Possui as 3 faixas horizontais bem definidas e as 3 faixas verticais. Possui uma rosácea um pouco mais elaborada. Os 3 portais são em alto relevo e com nítida profundidade. Os arcos são ogivais. A proporção do prédio é harmônica. Esta fachada representada na foto abaixo é do lado oeste da igreja, onde fica entrada para a nave central.


A entrada da fachada sul é também representada por 3 portais com rosácea. Esta entrada é para o transepto com 3 naves.

A nave central possui abóbadas de cruzaria com 4 arestas. Podemos notar que o arco ogival permite que a edificação seja mais alta, atingindo assim a verticalidade almejada.


Os arco botantes e os contrafortes sustentam a estrutura da catedral. As paredes são revestidas de vitrais.


Os vitrais são bem coloridos e ornamentados. Os labirintos também são característicos das catedrais góticas.


No gótico clássico já é possível ver esculturas e ornamentos na estrutura da catedral.

BIBLIOGRAFIA

MASSARA, Bruno (2002). A Arquitetura Gótica. Artigo Online. Disponível em: http://www.territorios.org/teoria/H_C_gotica.html. Acesso em: 28/10/2014.

RITUAL OF THE CATHEDRAL PORTAL. A Light-Matrix in Stone. Disponível em: http://www.bibliotecapleyades.net/cienciareal/cienciareal_ritualcathedral.htm. Acesso em 29/10/2014.

SITE SPECTRUM. Arquitetura Gótica. Disponível em: http://www.spectrumgothic.com.br/gothic/gotico_historico/arquitetura_gotica.htm. Acesso em 28/10/2014.

WIKIPEDIA. Arquitetura Gótica. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_g%C3%B3tica. Acesso em 28/10/2014.

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